André Júdice Glória reflects on the AI revolution, and the future of the legal industry.

I recently participated in a private peer-to-peer roundtable discussion with four colleagues - local legal leaders – and we spent some time envisioning various aspects of the future of our industry. The advance of artificial intelligence, with its ripple-effects, was primary among the subjects on the table. Shortly thereafter Affine, the provider of one of our artificial intelligence tools, asked my team of lawyers at Gama Glória to complete questionnaires and provide a testimonial regarding the role of AI in our work. These two occurrences inspire me to offer some reflections on the AI revolution in the field of law, and what we might be looking forward to.

Futureproofing starts with asking the right questions about the business of law, and answering them with a clear-eyed view of our respective strengths and weaknesses. Each industry faces its own form of disruption by technology, so it can be helpful to consider other examples – but to what industry can we compare legal services?

The conversation with my colleagues at the roundtable was frank and open. We focused largely on the implications of the adoption of AI in the legal profession, and discussed fundamental questions that demand answers as our firms look forward to the coming decade. For example, what will happen to the leverage and composition of firms? How will the ratio of partners to junior lawyers change? What skills and traits become relevant, when perfect recall of rules and regulations is provided by AI? Will firms become hubs for training specific LLMs on topics of interest? If so, what might the pricing structure look like, and to whom will the gains in productivity accrue?  

Affine is at work at Gama Glória. We have incorporated Gama Glória's knowledge into models for use in the Portuguese legal profession and the results are impressive. The search function is efficient and the end result is akin to having infinite junior associates at work doing legal research. This means more freedom for the entire team to focus on higher-level tasks – and this means that we can achieve more with the same number of attorneys on a project. This has a real impact, it’s a great equalizer between firms of different sizes and will become an even greater one as the technology progresses.

So we’re working with the machines, we’re working with the models, and it’s already transforming the field. But we can’t get too comfortable, because it raises a really important question: what are the model boundaries? Where’s the edge where the model stops working, beyond which the machine doesn’t serve us anymore? Beyond that edge, we’re on our own. The lawyers who can envision that future, envision that edge, find the model boundaries and understand how to grow beyond them – these are the leaders who are going to make a difference.  

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André Júdice Glória reflete sobre a revolução da IA e o futuro da indústria jurídica.

Recentemente, participei numa mesa-redonda privada de discussão entre pares com quatro colegas – líderes jurídicos locais – e dedicámos algum tempo a imaginar vários aspetos do futuro da nossa indústria. O avanço da inteligência artificial, e os seus efeitos em cascata, foi um dos principais temas em debate. Pouco depois, a Affine, fornecedora de uma das nossas ferramentas de inteligência artificial, pediu à minha equipa de advogados da Gama Glória que preenchesse questionários e fornecesse um testemunho sobre o papel da IA no nosso trabalho. Estas duas experiências levam-me a partilhar algumas reflexões sobre a revolução da IA no campo do direito e o que podemos esperar do futuro.

Preparar para o futuro começa com fazer as perguntas certas sobre o negócio do direito e responder com uma visão clara dos nossos pontos fortes e fracos. Cada setor enfrenta a sua própria forma de disrupção tecnológica, pelo que pode ser útil considerar outros exemplos – mas a que setor podemos comparar os serviços jurídicos?

A conversa com os meus colegas na mesa-redonda foi franca e aberta. Focámo-nos, em grande parte, nas implicações da adoção da IA na profissão jurídica e discutimos questões fundamentais que exigem respostas enquanto os nossos escritórios olham para a próxima década. Por exemplo, o que acontecerá à composição e à alavancagem das firmas? Que alterações terá a proporção entre sócios e advogados juniores? Que competências e características serão relevantes quando a memória perfeita de regras e regulamentos for fornecida pela IA? Os escritórios tornar-se-ão centros de treino de modelos de IA específicos para temas de interesse? Se assim for, como será a estrutura de preços, e para quem reverterão os ganhos de produtividade?”

A Affine está a trabalhar na Gama Glória. Incorporámos o conhecimento da Gama Glória em modelos para uso na advocacia portuguesa, e os resultados são impressionantes. A função de pesquisa é eficiente e o resultado final assemelha-se a ter um número infinito de advogados juniores a realizar pesquisas jurídicas. Isto dá a toda a equipa mais liberdade para se concentrar em tarefas de nível superior – o que significa que conseguimos alcançar mais com o mesmo número de advogados num projeto. Este impacto é real: trata-se de um grande fator de equilíbrio entre escritórios de diferentes dimensões, e essa vantagem só aumentará à medida que a tecnologia evoluir.

Estamos a trabalhar com as máquinas, estamos a trabalhar com os modelos, e isso já está a transformar o setor. Mas não nos podemos acomodar, porque isso levanta uma questão muito importante: quais são os limites do modelo? Onde está a fronteira em que o modelo deixa de funcionar, para além da qual a máquina já não nos serve? Para além dessa fronteira, estamos por nossa conta. Os advogados que conseguem imaginar esse futuro, visualizar essa fronteira, identificar os limites do modelo e compreender como crescer além deles – esses são os líderes que farão a diferença.

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